O descobridor da farsa foi o historiador espanhol Benito Bermejo, que, no início de 2005, começou a suspeitar da autenticidade da história. No relato de Batlle, apareciam várias datas que não coincidiam com a história. O dito sobrevivente diz que foi detido e entregue à Gestapo em Marselha, no ano de 1941, quando, nesse ano, a cidade francesa ainda não tinha sido ocupada. Outra divergência é que, normalmente, os republicanos espanhóis não eram entregues aos alemães.
Após investigar os arquivos de Flossenburg, o historiador confirmou que realmente não havia ninguém com o nome de Battle, mas, segundo ele, isso não era conclusivo, porque poderia ter acontecido de ele não ter deixado rastros.
Ao realizar a pesquisa, no entanto, o objetivo de Bermejo não era o de encontrar farsantes. “Conheci esse homem e muitas pessoas sobreviventes do campo de Mauthausen e, em algumas ocasiões, comentavam comigo que achavam estranho o fato de Batlle sempre evitar o assunto com eles”.
Enric Marco Battle chegou a dar mais de oito mil palestras na posição de sobrevivente do holocausto. Após a verdade ser revelada, ele confessou que o engano surgiu em 1978, e ele o manteve pois “parecia que prestavam mais atenção em mim, e eu podia propagar o sofrimento que muitas pessoas passaram nos campos de concentração”. Segundo esse estranhíssimo personagem, sua mentira não teve maldade.
Como é que esse cara pode ter mentido por tanto tempo?
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